sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

COMECE POR AQUI

COMECE POR AQUI

Um livro cativante e repleto de novidades. Um livro para artistas. A capa do livro já é bem sugestiva, traz uma ilustração de um labirinto, exata representação de como nos sentimos quando estamos atormentados por muitas atividades que acabam sufocando nossa criatividade. A proposta é sair do labirinto que nós mesmos criamos.
Não há uma única página que não seja interativa. Ele tem uma temática de incentivo a iniciar ou retomar projetos. “O truque para começar é parar com o papo furado e começar a fazer”. Às vezes ficamos presos naquele ciclo vicioso de começar sempre na segunda feira e acabamos por adiar projetos importantes e pior, engavetando outros tantos!
 

Desengavetar esses projetos e de uma maneira leve, divertida é a principal proposta desse livro. Devemos evitar correr o risco de se “viciar” em arrumar novas atividades e ficar vendo as ideias irem e virem. O primeiro passo parece ser admitir que um “start” precisar ser dado. Assumir os porquês. O que tanto tememos? O fracasso? Não alcançar as expectativas esperadas? Expectativas de quem? O fato é que transformar ideias em realidade não é fácil.

É trabalhoso acumular o trabalho, ainda mais o trabalho criativo. Por isso esse livro é tão interessante, ele traz uma série de propostas, técnicas e truques para se “reencorajar” e conseguir transformar as ideias em realidade. É PRECISO PERDER O MEDO DA PAGINA EM BRANCO.
Procrastinar é fácil. O contrário é difícil. A proposta é tornar a decisão de sair da estagnação também se tornar um hábito. Atitude positiva também conta e o livro nos relembra que um dos principais motivos para se abandonar projetos é o pensamento negativo. Ou seja, pensar demais se torna um perigo! O livro também traz frases bem positivas, tais como:
“POSSO ACEITAR O FRACASSO,
TODO MUNDO FALHA EM ALGUMA COISA.
MAS NÃO POSSO ACEITAR NÃO FAZER UMA TENTATIVA”. (Michael Jordan)
“O FUTURO QUE VOCÊ VÊ
É O FUTURO QUE VOCÊ TEM” (Robert G. Allen)
Você deve se perguntar: “O que está me impedindo de começar um projeto”? Pode-se até fazer uma lista, para dar uma visão geral da situação. Apreciei as propostas que levam o leitor para o futuro e para o passado, dando uma visão global do que aconteceu e do que se pode mudar.
Uma lista de regras para deixar de procrastinar:
1 – Não tenha medo de fracassar
2 – Admita quando você estiver procrastinando
3 – A procrastinação engole seu tempo livre
4 – ter uma porção de objetivos menores é melhor do que um grande
5 – Fazer alguma coisa é melhor do que não fazer nada
6 – Quanto antes você der o primeiro passo, mais cedo começará a andar
7 – Hoje era o amanhã de ontem.

“O TRUQUE PARA COMEÇAR
É PARAR COM O PAPO FURADO
E COMEÇAR A FAZER” (Walt Disney)

Mandei o desafio pra um amigo e ele aceitou.
 


E você, vai começar quando? Vai começar por onde?

Abraços literários e bom trabalho!

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Os meus anos 90


Quando eu estava me tornando adolescente, todo o mundo diante de mim parecia uma grande e épica odisseia a desbravar. Especialmente no quesito de lidar com a minha feminilidade, minha marca no mundo. Eu me sentia terrivelmente perdida e estressada diante de tudo que parecia existir para as mulheres darem conta de sua beleza. A pergunta que vivia rondando minha cabeça era: como uma mulher consegue ser mulher?
Parecia haver tantos detalhes misteriosos vindos diretamente do infinito especialmente para elas que eu ficava imaginando quando tudo isso viria até mim. Eu queria ser uma mulher, mas, não qualquer mulher, eu queria ser uma mulher linda e de bem com a vida como via minha mãe, vizinhas e algumas mulheres ricas das novelas. (Não que minha mãe fosse rica ou chegasse perto disso, mas sua alegria sempre lhe trouxe uma riqueza especial).
Uma vez, vi no lixo da minha vizinha uma embalagem de um hidratante “Davene” e pensei: “que embalagem linda! Como ela pode jogar isso fora?! Eu brincaria eternamente com isso”! Pensei que aquele deveria ser o segredo de beleza dela, porque ela era a mulher de verdade mais linda que eu já tinha visto.
 

Eu admirava tudo nela, seus cabelos loiros que na época eu não fazia ideia que fossem tingidos, seus pelos dourados dos braços, das coxas e aos meus olhos ela era uma semideusa do amor ou algo assim. Linda e independente: tudo que eu queria ser também. Eu queria ser daquele jeito da minha vizinha. Percebia que todos os homens a desejavam, e eu achando que seu poder vinha do hidratante de aveia Davene e dos banhos de mel que ela dava nos cabelos.
 

Lembro que certo dia ela me chamou para fazermos uma máscara de mel para passar no rosto e nos cabelos, alegando ser fonte inesgotável de beleza e eu me senti tão honrada, como se tivesse sido convocada para o Miss Brasil. Era a “minha-vizinha-deusa-do-amor” me chamando para um ritual de beleza, algo destinado apenas às mulheres adultas e lá estava eu, quando ela poderia ter chamado qualquer uma de suas amigas.
 




Uns vinte e dois anos depois e eu ainda me lembro daquele momento, da sensação de poder que tal convite me conferiu. Claro que o programa não foi perfeito, porque fizemos ao ar livre e algumas abelhas vieram nos incomodar, ou prestigiar, vai lá saber! Mas, aquela foi de longe a minha primeira experiência como mulher de verdade, inclusive com os percalços da situação, me avisando que ser mulher não é ser perfeita ou viver situações nesse nível.


Por isso, acho muito válida a influência que mulheres mais velhas exercem, sejam elas mães, tias, vizinhas, madrinhas, quase que inconscientemente sobre a vida de meninas que estão entrando na tão misteriosa e obscura adolescência. Se iniciar como mulher não é fácil, se descobrir como mulher menos ainda. Acho que todas já passaram por algo parecido e sabem exatamente do que estou falando.
Lembro também que lia desesperadamente revistas de beleza, dicas de maquiagens, cuidados com os cabelos, pele, unhas, depilação, exercícios... Era tanta informação nova que eu não fazia ideia de como processar tudo aquilo e metade delas eu realmente nem precisava naquela fase da minha vida.  Vivia lendo rótulos e fórmulas e para quê? Nunca fui boa em química! Isso eu também lembro perfeitamente.






O que afinal, uma menina de nove anos dos anos 90 podia entender de ácido glicólico, retinóico ou salicílico? Confesso que às vezes minha cabeça chegava até a doer, mas acho que era mais a pontada de decepção, como se eu não conseguisse fazer nada direito pra ser uma mulher de verdade.
Óbvio que hoje muita coisa mudou o acesso à internet permite qualquer pessoa saber o que quiser sobre qualquer coisa. Nossas crianças de hoje em dia, que em nada se parecem com as dos meus saudosos anos noventa, são naturalmente sofisticadas e entendidas de tudo um pouco.

Contudo, concluindo, posso dizer que minha adolescência nos anos noventa com todas suas descobertas e decepções, foi sem dúvida a melhor época da minha vida e eu não trocaria por nenhum Google. 

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

TERMINE ESTE LIVRO

O Brasil vive uma onda de livros interativos (o que eu acho fantástico), pois, oferece um espaço muito ou quase nada visto antes à criatividade dos artistas. O primeiro livro que eu comprei foi o “Destrua este Diário”, o qual já postei a resenha aqui e confesso que não tive coragem de destruí-lo. Depois disso, outros vieram, por falar nisso, Kery Smith faz muito sucesso por esses lados de cá do mundo e não é para menos, a moça consegue emplacar sucessos seguidos e manter o interesse de seus leitores.
Outros vieram e um que eu resolvi me aventurar foi o “Termine este Livro” que já chega interativo no título, que faltando algumas letras, é o leitor/escritor que tem que completar. Particularmente adorei essa proposta de terminar um livro, adoro escrever, tenho veia poética, pra prosa, enfim, receber um livro que “pede” pra ser terminado é como dar uma barra de chocolate pra um chocólatra, algo assim.  

Estou adorando interagir com esse livro, talvez justamente porque sinto que estou “resolvendo” um mistério. Desde o início o livro já pede para você colocar suas digitais (meio que te autuando) para um caso. Ele estimula não somente minha criatividade, como também minha curiosidade, o que me faz querer chegar até o fim.





Não que eu esteja achando que será uma tarefa fácil, pois, há alguns mistérios para ser solucionados e acho que o gostoso mesmo do livro é justamente realizar as tarefas cada um no seu tempo. Tenho percebido que essa minha interação com o livro, apesar de ainda não ter chegado ao fim, tem-me proporcionado uma maior ligação comigo mesma e com o mundo à minha volta, tem me deixado com o olhar mais aguçado sobre o que acontece ao meu redor, enxergar com mais atenção as coisas e principalmente as pessoas.


Tem sido uma boa experiência e posso dizer que sem sombra de dúvidas Kery Smith acertou mais uma vez. Qual será seu próximo passo, ficamos então aqui nos perguntando. Bem, o que eu sei é que talento ela tem de sobra e eu, por enquanto, vou ficando por aqui. “Don’t cross the line - yet”.