terça-feira, 11 de março de 2014

O TAL DO ÔNIBUS CHEIO

O tal do ônibus lotado é um tomento na vida de qualquer ser humano. Especialmente na vida dos pobres, porque aquela situação te faz não esquecer o quanto você é miserável, por isso está se submetendo a tudo aquilo.
(foto retirada da internet)

O chato não é nem acordar cedo, e perceba que acordar cedo é muito sacrificante, mas a primeira tarefa externa do seu dia ser se meter dentro de um “busão” lotado, isso sim é fim da picada!
A odisseia começa quando você tem que disputar pra entrar primeiro e pegar um lugar menos ruim. Sim, porque não é em todas as capitais que as pessoas têm o espírito inglês e entram no ônibus em “filinha indiana”. Pior ainda se estiver chovendo.
Bem, então se você tiver sorte, você ultrapassa os degraus. Alguns ficam por ali mesmo, outros entalados na catraca e ninguém mais pode ir nem vir, geralmente todos trabalham longe de casa e quase todos descem nas mesmas mediações, o que gera um engarrafamento humano dentro do espaço físico interior do veículo.
Uma vez fiquei olhando aquela placa acima da cabeça do motorista, falando da capacidade de pessoas sentadas e de pessoas em pé e a piada foi tão infeliz que eu não consegui nem rir. E falando em transito, ah, o transito! Quem vai ao trabalho de ônibus e não pode chegar atrasado, sabe que existe uma linha tênue de tempo em que, se por qualquer motivo houver um atraso seu ou do motorista, você não vai chegar ao seu destino na hora que havia planejado, porque vão pegar o pior transito das suas vidas!
O motorista não liga muito, acho. Isso; acredito que para ele tanto faz, afinal, ele já está trabalhando e deve estar se lixando pra quem está atrasado ali, no aperto, com gente “estranha” baforando no seu cangote e você nem tendo onde se segurar direito.
Falando dos tipos estranhos, tem aqueles que saem de casa sem escovar os dentes e ficam respirando bem pertinho da sua cara, (acho isso um deboche), tem aqueles que acham banho uma coisa desnecessária para a vida, bem como desodorantes, outros, usam desodorantes demais com cheiros quase sempre questionáveis, há também aquelas mulheres que não costumam lavar os cabelos, mas molham todos os dias e passam camadas ensebentas de cremes por cima, o que vai formando uma crosta fedida e encerada, sem falar que por baixo o cabelo está mofado, o que gera um odor muito peculiar que promete despertar diversas ânsias de vômitos, se você tiver a sorte de sentar na janela detrás dessa alma tão delicada.
Não vou entrar nem no mérito de velhinhos em pé, porque a parte do idosos logo cedo também está lotada e a má educação das pessoas e o fingir que está “dormindo” surge em qualquer horário. É impressionante também notar a quantidade de homens que vão sentados, enquanto as mulheres vão de pé, fazendo equilibrismos. Os mesmo homens que não dão lugar a velhinhos, também não dão às mulheres e nem sequer pedem suas bolsas.
(foto retirada da internet)

Claro que tem mulher sentada, que também não dá lugar a velhinhos nem pede bolsas, preferindo levar "arrochas" de bolsas imensas na cara por toda a viagem. Lembro-me de ter visto um homem xingando as bolsas de mulheres num ônibus (logo, xingando as próprias mulheres porque as bolsas não vão ao trabalho sozinhas) e ele justificava todo seu ódio pelas bolsas femininas que eram grandes demais, que as mulheres não sabia carregar, que quando ele voltava cansado do trabalho, nenhuma mulher pedia a mochila dele e etecetera e tal. Bem, esse ódio todo justificado ou não (acredito sinceramente que não seja) vem gerando uma reação em cadeia.
É preciso conectar-se ao celular numa hora dessas, olhar a paisagem lá fora, focar um ponto qualquer no infinito ou mesmo torcer para entrar numa realidade paralela ou até ser abduzido, porque a realidade nua e crua é cada vez mais impossível.
As pessoas estão cada dia mais agressivas nos ônibus, nas integrações, dando vazão a uma selvageria que somente conhecia nos filmes, até bem pouco tempo. Outro dia, vi num terminal integrado, pessoas (na maioria homens que invadiam um ônibus sem cogitar a possibilidade de respeitarem uma fila) passarem por cima de uma criança que não deveria ter mais de três anos.
Um absurdo. A mãe tentava colocá-lo primeiro no degrau e subia logo em seguida, mas a turba invadiu de uma forma que não respeitou nem mesmo uma mãe com um bebê e eu pergunto “pra quê isso” e onde esse mundo vai parar desse jeito! Educação básica é o mínimo necessário para se sair de casa e voltar com segurança. As pessoas parecem que estão esquecendo-se disso e fazendo do ambiente de paradas de ônibus e integrações a arena de batalha.



(fotos retiradas da internet)
 (P.S.: o terminal da Macaxeira em Recife eu particularmente utilizo e é sempre um caos)

Às vezes acho que saem de casa com o mantra no pensamento “Isso é ESPARTAAAAAA!!!!” E me pergunto: como seria Esparta com busão?

Bem... Longe de querer causar polêmica, (porque o assunto já se polemiza por si mesmo), parece que a despeito de as pessoas estarem disputando cada vez mais espaço nos coletivos, o que mais lhes está faltando em minha opinião, é serem menos agressivas com o próximo, respeitarem mais o outro e lembrarem que todo o outro é seu semelhante.

(foto retirada da internet)

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