Todo mundo que tem família,
sabe o bicho complicado que é. E engraçado também. Esse negócio de que família
só presta em retrato, na maioria das vezes é pura verdade. Quando você está na
merda, por exemplo, ninguém quer saber de você, se fala de dificuldades
financeiras, fingem que não te escutam, mudam de assunto, se a coisa ficar feia
mesmo de preferência te negam até o parentesco.
Agora, vai você inventar de
conseguir qualquer “merrequinha”, para você ver uma coisa! Surgem parentes,
aderentes, recorrentes, inocentes e até os bem carentes. Todos querendo uma
ajudinha, um empurrãozinho, algo que seja.
Claro que sempre por ordem
natural das coisas, queremos proteger os nossos, afinal, o sangue fala mais
alto nessa eterna guerra que é a vida. Sabe como é, mantê-los por perto, cuidar
como uma grande águia, como se a vida não passasse de um grande ninho de aves
que não se desprendem.
E por falar em bandos, isso
me faz lembrar outra palavra: bandido. Não que eu queira sair por aí dando
termos pejorativos a torto e à direita, mas imagine uma pessoa que assume um
cargo de importância pública, por exemplo, e de repente, o que deveria
acontecer por um justo processo de seleção, acaba se tornando uma imensa bola
de neve, um emaranhado de parentada no mesmo ninho. Agora, se considerarmos a
metáfora do bando do ninho, essa pessoa, é ou não é um chefe de bando?
Enfim, pode me chamar de
ingênuo, mas ainda mantenho esperanças sobre várias coisas da vida, como o amor
e a essência que move o ser humano. Sou um romântico! E sendo assim, insisto em
fazer concursos públicos a quase vinte anos da minha vida. No fundo eu sei e as
matérias de jornais não me deixam desacreditar disso, que a cada dia, existe
mais e mais peixada e Q.I.
A equação é muito simples,
preste atenção que se eu consegui, qualquer um consegue. Veja o enunciado:
“Considerando X um indivíduo qualquer, dotado de
muito conhecidos e baixo conhecimento intelectual, qual será o resultado se X conhece Q que por sua vez possui I”?
Logo: X . Q.I = peixada ; e X . Q.I² = peixada dupla!
Maravilha! Eu juro que nunca
fui tão bom em matemática, mas a experiência vai ensinando a gente. Também juro
que estou caminhando para isso, para deixar de ser ingênuo, embora me ache um
caso perdido. Na verdade eu gostaria de deixar de ser ingênuo antes de
completar meus sessenta e cinco de idade, afinal, depois disso, eu não vou mais
precisar fazer concursos, porque eu já vou estar aposentado. (Mas essa já é
outra equação).
Conseguir aposentar-se deve
ser muito bom, afinal, é um investimento com retorno, ainda que mínimo. Agora
me diga; quem vai me restituir todo dinheiro investido em concursos, todos
fadados ao fracasso em que eu participei durante toda minha vida?
Perceba que não estou
fazendo uma pergunta retórica e que na minha concepção, nesse caso, nem mesmo
tendo quem indique pode ajudar.
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