terça-feira, 11 de março de 2014

Sobre como e porque resolvi escrever

Esse é o meu espaço para eu escrever livremente sem as amarras da Universidade. Sou cria de Federal e quem é ou já foi, sabe do que estou falando, de como é difícil escrever sem ter que citar sicrano, beltrano, beber da fonte não-sei-de-quem, embasar seu discurso no de fulaninho-de-tal...Enfim, teórico é o que não falta. E não acho extremo, uma vez que as produções acadêmicas são para a academia ou o meio acadêmico e você, mero aluno universitário, verdinho como uma uvinha, precisa mesmo embasar o seu discurso, na fala de alguém que já disse aquilo antes de você!
Até aí tudo bem, mas com o tempo, você vai percebendo, (ao menos eu), fui percebendo que ia deixando de escrever o que gostava; como gostava e o que é pior: a academia te deixa com medo de escrever, porque vai se construindo uma aura de que há tantos teóricos que escreveram ou estão escrevendo sobre tudo, e você vai achando que nunca vai escrever tão bem assim, que pra isso já existem os "deuses" da escrita teórica e quando percebe; está focado somente escrevendo artigos científicos, de preferência com um grau de excelência que possam ser publicados (afinal, ninguém quer perder tempo pra nada).
Bem, só tenho uma coisa a dizer: EU NÃO QUERO SER TEÓRICAAAAA, NÃO DESEJO DESENVOLVER NENHUMA TEORIA FENOMENAL (ou de qualquer natureza). Sou somente alguém que gosta de escrever e não quer ser julgada por causa disso.
A academia me gerou dois traumas: o primeiro foi ter medo de escrever (algo que estou me tratando por meio deste espaço) e o outro medo foi de ler. Sim, medo de ler! Porque há tantos clássicos, tantos monstros da Literatura de tantos países, que você não tem mais permissão para ler uma "literatura barata" que não te acrescente em nada em reflexões ou enriquecimento cultural. Bem, eu quero ser livre para ler o que quiser e comentar ou não sobre isso. Quero poder escolher entre ler um clássico da Literatura ou um romance que comprei por 0,50 centavos num sebo da esquina. Se vai ser ou não perda de tempo, se estou desperdiçando o tempo de me preparar para um mestrado ou doutorado, porque ando lendo "literatura questionável" "da modinha", acredito que a escolha é de cada um, assim como tudo na vida.
Basicamente, foram esses os traumas que a Universidade me causou, mas sobrevivi, quando saí, relembrei que eu posso ser eu mesma, sem ter que querer provar nada a nenhum professor ou colega boçalzinho. E acredite; ser você mesmo não tem preço. Às vezes o espaço acadêmico faz isso com você, suga o seu "eu" e você acorda um dia sem saber direito quem é ou quem de fato já foi um dia.
Não estou dizendo que a academia é um espaço ruim ou que tenho ojeriza a tal, mas apenas a minha impressão de tudo que vivi por lá. Provavelmente eu vou voltar pra lá mais cedo ou mais tarde, mas quando isso acontecer, eu vou estar mais consciente de quem sou e quais sãos os meus objetivos, antes dos objetivos de qualquer docente, orientador, examinador ou "coleginha" de turma.
É bom estar consciente de que eu não sou o que produzo na academia, eu não sou o que querem que eu seja no espaço acadêmico, que minha vida não se resume somente àquilo que esperam que eu seja. Antes de tudo que eu possa representar na academia, eu sou eu mesma e isso ninguém pode mudar além de mim mesma.











Tudo na vida é um aprendizado, isso é a pura verdade. O que fazemos com os ensinamentos, é o que nos torna diferentes uns dos outros.

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